Durante
o recesso escolar, optei por estudar à invasão e conquista da América. Para isso, realizei a leitura do livro intitulado
Mecanismos da Conquista Colonial, do autor Ruggiero Romano.
Na
primeira parte do livro, é discutido a série de fatores que
culminaram na conquista da América, abordando de maneira
interpretativa as vantagens bélicas, quase sempre limitadas a
fatores geográficos onde as batalhas ocorreram. É destacado aqui, a importância da aliança entre europeus e indígenas durante o período de conquista, principalmente quando se tratava de batalhas
empreendidas a exércitos regulares, ou seja, as grandes civilizações
pre colombianas.
Em
seguida, disserta sobre a imposição cultural exercida pela religião
católica e seu impacto na estrutura político religiosa extremamente
fechada em que essas civilizações se encontravam. As diferenças
entre os povos conquistados, as epidemias, tudo isso é analisado e
discutido durante a primeira parte do livro. Oferecendo assim, uma
rede onde cada fator desencadeava um outro, destacando que todos os
mecanismos eram interligados e dependentes.
Para
entender as motivações dos espanhóis, é feita uma breve análise
da raiz do pensamento hegemônico dos conquistadores. Observando que
suas ambições, preconceitos e princípios advinham das suas
sociedades de origem e da condição econômica da Europa no período.
O grande numero de nobres que não possuíam terras e nem perspectivas
de adquirir posses na terra natal, segundo o autor, foi a motivação
para que viessem tantas expedições particulares para o recém
achado continente. Romances de cavalaria permeavam o imaginário desses homens através de saborosas narrativas que exaltavam a bravura e a honradez de homens corajosos em terras pitorescas.
Traçando
paralelos entre a colonização na América e a Europa medieval, o
autor recorre aos feudos para explicar as propriedades concedidas aos conquistadores e a seus filhos. Deixando claro para os
leitores que o capitalismo europeu não visava substituir o sistema de
exploração de indígenas. Mesmo após as disposições reais, que em teoria
buscavam criar um mercado de mão de obra assalariada, as mudanças
jamais chegaram a ocorrer efetivamente visto que permitia forçar o indígena a produzir se o mesmo o recusasse. Gerando um conflito
ainda maior, precarizando as condições de trabalho e ainda,
posteriormente, criando mecanismos de endividamento.
Por
fim, o autor considera e problematiza o sentimento de "latinidade",
falando sobre sua origem e sobre a sua ressignificação. Para que,
segundo ele, não sejamos cúmplices de um prolongamento da conquista. Apontando assim, um tema para futuras pesquisas.
O
livro proporciona ao professor uma importante ferramenta ao trabalhar
o assunto. Além de servir como referencial teórico
para a elaboração de aulas, pode se utilizar trechos e recortes importantes e ainda oferecer ao aluno contato com
fontes históricas contidas no subtítulo documentos, estimulando a sua criatividade e senso crítico.
REFERÊNCIAS
ROMANO,
Ruggiero. Os
Mecanismos da Conquista Colonial: Os
conquistadores. 3. ed. São Paulo: Perspectiva S.A,
1995. 126 p. Tradução de: Marilda Pedreira.