Casa Grande e Senzala – Gilberto Freyre
Casa Grande e Senzala foi lançado em 1933, momento em
que o Brasil sofria significativas transformações iniciadas em 1930, como o
agravamento da crise econômica, levantes militares e revoltas.
O livro foi desenvolvido com o olhar do autor de homem
branco e senhor. Por mais que a presença do negro tenha sido exaltada, ainda
transparece sua cultura patriarcal e sua posição social, pois este tempo foi
muito difícil para a maioria dos brasileiros, principalmente para o negro.
Conhecido por seus vários capítulos sobre a sexualidade do
Brasil Colonial. É importante a descoberta de Freyre de que a fama brasileira
de promiscuidade sexual não é derivada dos indígenas nem dos negros vindos da
África, mas sim do europeu, pois ambos não eram muito sexualizados e tampouco
possuíam a malicia dos povos europeus.
Com a falta de mulheres brancas para os colonizadores
a miscigenação foi inevitável, o casamento entre mulheres indígenas e homes
branco foi incentivado pela igreja, mas com negras vindas da África não, pois a eles o acesso ao sacerdócio era vetado.
A igreja também não teve grandes preocupações com a educação de mestiços e
negros.
Escolas eram raras e existia pouca educação religiosa isso
foi desencadeado a partir da criação de crianças brancas, negras e mestiças no
mato. Nesse quesito, Freyre mostra uma das raízes da violência na sociedade. O
menino branco da Casa-Grande era ensinado desde a infância a ser insensível com
os animais e com todos aqueles que considerassem inferiores, ou seja, os negros
e os mulatos. Violência está que o
seguiria durante a vida adulta, principalmente contra as mulheres, o sentimento
de posse em relação à mulher foi herdado pelo homem patriarcal.
Freyre não romantiza o sistema colonial brasileiro,
mas sim, busca uma compreensão do sistema escravocrata da época. Com um ar
poético, o livro exalta a contribuição das três raças que formaram nosso
caráter, mostrando que não foi a miscigenação brasileira que nos deixou com
muitos de nossos problemas atuais, mas sim a escravidão e sua mentalidade,
ainda presente em boa parte do Brasil contemporâneo.
Acredito que
este livro poderia ser usado como base para aulas no ensino fundamental, pois o
mesmo nos traz uma nova percepção da formação de nossa nação, poderia se
trabalhar com a elaboração de árvores genealógicas dos educandos, pesquisas a
respeito da culinária, vestuário, religião, doenças trazidas pelos portugueses
durante a colonização e com elaborações de painéis que possam representar a
vida das pessoas naquela época, existem inúmeras possibilidades de uso.
Referência Bibliográfica:
FREYRE,
G. Casa Grande e Senzala. 50ª. ed. São Paulo, 2005.
Publicado por: Maiara Oliveira
Publicado por: Maiara Oliveira